terça-feira, 8 de setembro de 2009

XÔ PREGUIÇA!!!

Depois do feriadão de sete de setembro, acordei nesta terça-feira, dia oito, pegando no tombo. Aliás, acho que ainda não dei partida nesse motor 4.7 que move a minha pessoa. Cheguei ao trabalho e deu medo só de olhar a agenda. Definitivamente a MARESIA acabou. Mas o que eu vou fazer com essa preguiça que insiste em não me deixar? Tá tudo em câmera lenta! Até parece encosto! CREDO!

Aproveitei o feriado para estudar e fazer a apresentação do trabalho sobre NARRATIVAS MULTIMIDIÁTICAS que vou apresentar no próximo final de semana, quando terei aula. Esta semana farei um estudo de caso e escolhi um tem a atual: a professora do Todo Enfiado. O caso ganhou destaque nos jornais, sites e programas de TV depois que a professora foi demitida após a sua imagem ter sido divulgada no Youtube dançando pagode ao som da música Todo Enfiado de uma banda chamada O Troco. Nesse vídeo, a professora que ensinava crianças de cinco anos numa escola particular de Salvador, dançava num palco, de costas para a platéia sacudindo freneticamente a poupança. Até aí já era uma cena suficientemente grotesca, mas em dado momento, o vocalista da banda levanta o micro vestido da pró, puxa sua minúscula calcinha fio dental pelo cós passando a "dirigir" os movimentos da sua traseira – movimentos estes que foram classificados pela professora doutora Malu Fontes em seu artigo publicado no último domingo no Jornal A Tarde como "masturbação anal".

Escolhi para análise, a cobertura feita sobre este assunto pelo site G1. Minha análise, feita apenas do ponto de vista da narrativa, considera que o portal de notícias da Rede Globo não aprofundou o assunto, não entrevistou a personagem principal, deixando os leitores que não tiveram a oportunidade de acompanhar de perto o assunto pensar que a professora foi vítima de uma invasão de privacidade, quando na verdade não é bem assim... Tá certo que não se pode dizer que a professora em questão tenha feito aquela performance com o objetivo de se transformar em celebridade instantânea como aconteceu e que a veiculação do vídeo na internet provocou uma revolução na sua vida. Mas mesmo que ela não quisesse ter sido filmada e exposta, ela se sujeitou a isso quando, em um ambiente público e por vontade própria, subiu ao palco e dançou a coreografia da música com o sugestivo nome de "Todo enfiado". Dançar com a saia levantada numa casa de shows não é exatamente uma atitude de uma pessoa que está buscando preservar sua privacidade. Entretanto a minha análise foi apenas do ponto de vista da narrativa, não do ponto de vista moral ou do direito à imagem, ou ainda da exploração sexual e sensual do corpo feminino pela mídia. Todas essas análises dão um livro cada uma!

Ontem, escrevi apenas um artigo acadêmico sobre esse assunto do ponto de vista da construção da narrativa do G1. Rendeu as 10 páginas que o professor pediu. Mas este tema renderia muito mais... Não apenas pela questão em si. Nos faz pensar sobre várias coisas. E eu gostaria muito que este tipo de episódio servisse para elevar um pouco o nível da consciência das pessoas que, a título de combaterem o preconceito sexual, acabam sendo coniventes com a falta de bom senso ou de oportunidade. Direito à sexualidade todo mundo tem. Mas isso deve fazer parte da identidade secreta de cada um. E ter bom senso significa, entre outras coisas, separar o que deve ser levado ou não a público – preservando aquilo que só interessa a eles e que está na esfera da intimidade. Pelo menos foi assim que eu aprendi.

FUI!

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