NA CASA DOS SESSENTA

Ontem fui ao cardiologista. A consulta tinha sido marcada pelo meu marido que está fazendo um check up. Cheguei meia hora antes do horário marcado para a consulta, preparada para esperar muito mais do que isso para ser atendida. Entretanto fui surpreendida por duas notícias agradáveis. A primeira de que a médica estava com o horário das consultas adiantado. E isso significava que eu seria atendida antes do horário marcado! E assim foi. Não demorou nada e eu estava na sala da pré-consulta, onde fui convidada a tirar os sapatos e subir numa balança. Aí recebi a minha segunda boa notícia: 68k e uns quebrados... Isto quer dizer que a minha perda de peso continua!!! QUE MA-RA-VI-LHA!

Meu marido já havia me dito que a médica fazia o estilo durona. E pude confirmar isso com a cara que ela fez quando soube que eu não vou ao médico há mais de sete anos! Tentei introduzir na conversa assuntos amenos. Mas ela é ou estava muito amarga! Falei que estou fazendo dieta, que estou tendo uma perda de peso bem interessante, mas nada disso impactou positivamente no seu humor. Jovem, ela aparenta ser da minha idade, mas a alma deve ter uns 200 anos! Quando falamos de filhos, ela disse que deu graças a Deus que nenhum filho dela quis ser médico, embora o pai, a mãe, a irmã e o ex-marido dela sejam... Ela disse que a medicina acabou e que nossos netos deverão ser cuidados por veterinários, porque ninguém mais hoje em dia quer ser médico, muito menos pediatra. Segundo ela, a maioria das pessoas está mais interessada em estética: cirurgias plásticas, liftings, implantes de silicone, etc. O pior é que ela tem razão!

Apesar do papo duro, gostei dela. Me mandou fazer uma tonelada e meia de exames e retornar. Vou fazer isso.

MARATONA GASTRONÔMICA

Ao deixar o consultório, fui me encontrar com meu marido e minha filha que me esperavam para a maratona do dia: CHURRASCO na casa de meu irmão e depois CARURU na casa do nosso amigo Fernandão. Até rimou!

Estava me sentindo poderosa, usando uma bulsinha de malha amarela coladinha do corpo que minha sobrinha havia me dado de presente no meu aniversário em fevereiro e que eu ainda não tinha usado por falta de condições técnicas, ou seja: excesso de banha nas laterais. Todos elogiaram meu modelito e o meu novo corpitho, com mais de SETE QUILOS a menos. O modelito incluía um chapelão de praia (AQUELE) que desta vez não estava tão destoante do ambiente... Vou confessar: tava me sentindo!

Entretanto, apesar da elegância, não vou mentir: estava tensa! Dentro de mim, o leão rugia na savana. Por isso, na hora do churrasco me entreguei pros bandidos. Excesso foi mais do que uma palavra. Eu e Rubão havíamos combinado que ele tomaria cerveja e eu não, por causa da lei seca. Por isso, a única coisa que eu fiz certo foi ter tomado coca zero (coisa que é contra meus princípios de alcoólica de fim de semana). Depois da sobremesa, empanturrados de tudo, colocamos em prática o plano SIESTA. Deixamos a família e os convidados na beira da piscina, invadimos e ocupamos o quarto de hóspedes com a maior sem-cerimônia como uma dupla de Sem Terra. Nem o MST faria melhor! Quando deram nossa falta eram mais de 18h!

Acordamos sem saber direito aonde estávamos e demos muita risada com meu irmão e minha cunhada que haviam oferecido o quarto de hóspedes para uma convidada deles que tem 90 anos, sem saber que o local estava invadido e ocupado por um casal de Sem Terra. Rsrsrsrsrs

Depois da SIESTA estávamos preparados para a segunda parte da maratona gastronômica: o CARURU DE NANDÃO. Saímos de Alphaville e rumamos para o Centro Histórico no bucólico bairro da Saúde, onde nossos amigos do coral nos esperavam. A casa da avó de Nando não pode ser mais típica. Casarão antigo com cristaleiras enfeitadas com paninhos bordados, porta-retratos e bibelôs por toda parte. No fundo, um quintalzinho delicioso, onde nos acomodamos debaixo de um pé de limão francês. Lá, alguém trouxe um violão e a cantoria rolou até meia noite. Emplogada, não recusei o MAPA DO INFERNO, quer dizer, o prato de CARURU que me foi gentilmente oferecido. Por falta de condições físicas, Rubão ficou só olhando, pois ele é alérgico à camarão e TUDO o que tem num prato de caruru leva camarão seco. Como parte do combinado, continuei sem beber. Entretanto, não fiz distinção entre os refrigerantes. Bebi o que foi servido sem perguntar a procedência!

Fim de noite: Pilarica, Rubão e eu no quintal da avó de Nandão.

NEM BAFÔMETRO NEM BALANÇA

Na hora de voltar pra casa, erramos o caminho e pegamos a Avenida Bonocô. Por sorte, Rubens lembrou que naquele horário sempre há blitz por ali. Por isso, paramos o carro um pouco antes para que eu assumisse o volante. Não deu outra. Logo após o viaduto, fomos parados na blitz. O guarda pediu minha habilitação e os documentos do carro. Depois pediu que eu descesse do carro. Do lado de fora, ele perguntou se eu estava fazendo uso de bebida alcoólica e eu disse que não. Meu medo todo é que ele me mandasse subir numa BALANÇA! Mas não. Meu ar sóbrio o convenceu. Gentilmente ele devolveu os documentos e nos liberou.

O problema é que amanhã é feriado e não tem reunião dos Vigilantes. Assim, ficarei duas semanas sem ir pra reunião. Espero não retroceder na minha meta.

FUI!