quarta-feira, 24 de junho de 2009

PULANDO A FOGUEIRA

Resumo do S. João: cidade está vazia. Clima de feriado. trânsito fluindo bem. Podia ser assim sempre. Eu não me importava. Sempre que isso acontece fico pensando como seria se essas pessoas que viajaram não mais voltassem... Mas elas sempre voltam!
No mais, o São João foi assim: muita comida e zero álcool... Muito jogo de pif-paf... Fogueira, fumaça na rua, música, forró, mais comida, muita risada e agora ressaca.
Dia 24: cineminha. Assisti Divã com uma amiga.Porque será que as mulheres sempre acham que só há final feliz quando a mocinha termina o filme ao lado de um homem? A cena da mulher tentando se livrar de uma meia de alta compressão num banheiro minúsculo de um bar é quase biográfica. Lembrei que certa vez fiquei entalada num collant tipo macaquinho ioga no banheiro do Rock in Rio Café, nos bons tempos do Aeroclube Plaza. Estava separada e não me sentia muito segura para fazer a reentrada na atmosfera dos solteiros... Até hoje, minha mãe vive me criticando porque eu não gosto de usar nada que me aperte... Mas naquele dia eu resolvi seguir os conselhos dela e usei um collant daqueles de compressão: tipo aperta a barriga e suspende a bunda.
A fila do banheiro estava enorme! Estava apertada. Tirar aquilo tudo para fazer xixi, foi um sufôco! Estava suada. O cubículo do banheiro era minúsculo! Fazia um calor dos infernos e eu fiquei entalada na meia e no collant. Depois de 15 minutos lutando com o collant e a meia ainda não tinha conseguido fazer xixi. Que desespero! Quase peço socorro. Ver aquela cena no filme foi particularmente divertido.
Depois do filme fui ao hospital ver meu pai. Ultimamente visita-lo tem sido cada vez mais difícil... Não é fácil a gente ver o pai da gente padecendo daquela maneira. Tenho evitado me perguntar o porquê disso tudo. Evito fazer questionamentos para os quais não tenho resposta e que por isso podem me levar à revolta, porque nada disso me ajudará em nada a enfrentar o que estou passando e o que ainda está por vir. Mas é difícil. É muito difícil.
Suerpreendentemente, hoje ele apresentou uma melhora. Encontrei-o alimentado e com uma expressão de relativa satisfação no rosto. Meu pai não se reconhece mais. E nós também não o reconhecemos. Há muito tempo ele deixou de ser o cara alegre e de bem com a vida que sempre foi. A demência progressiva consumiu seu intelecto e agora está consumindo sua capacidade de fazer coisas simples como andar, falar e comer... É triste. Mas a vida resiste. Mesmo com todos os problemas de saúde que ele enfrenta. E a minha vida segue... Os dilemas são muitos. Mas a vida segue... Sempre tem que seguir.

Um comentário:

Elvira Costa disse...

Suely

Ha algum tempo nao venho ao seu blog, mas é bom voltar...

Tambem fiquei em SSA e tive os mesmos pensamentos que voce... rsrs

E que Deus ilumine voce e a sua familia.

Um abraco,

Elvira
*teclado com defeito, entao varios `erros` eheh