quinta-feira, 17 de maio de 2007

PAULICÉIA COM FARINHA

Cheguei ontem à capital paulista para participar de um congresso de comunicação empresarial e, embora não saiba andar para lugar nenhum, já me sinto em casa! Como toda cidade cosmopolita, São Paulo tem essa capacidade de fazer as pessoas que apreciam as grandes cidades se sentirem em casa. Para falar a verdade, acho que até mesmo aquelas pessoas que não apreciam as grandes cidades se sentem em casa em São Paulo. Mesmo as que não sabem ir para lugar algum, como eu. Isto porque tenho a impressão de quem ninguém aqui sabe direito para onde está indo... Ou melhor, TODOS sabem para onde querem ir, mas não sabem como e ninguém sabe dizer aonde é.
Hoje pela manhã, no Metrô vi várias pessoas tomando informações sobre como chegar nos lugares. Será que todos são estrangeiros como eu? Que nada! Pergunte a um paulistano (nativo ou não) aonde é algum lugar e logo vai ter um NÃO SEI líquido e certo como resposta. Ou então ele vai dizer que é pertinho: você pega o metrô, salta umas três estações depois, pega um ônibus, anda uns cinco pontos e desce, depois anda a pé feito um CAMELO e só aí descobre que chegou no tal lugar. Isso é o PERTINHO de São Paulo. Se o cara disser que é longe, é melhor nem ir.
O problema em São Paulo não é a falta de opções, mas o excesso delas. Aliás, excesso é o segundo nome desta cidade. Notícias, fatos, gente, bares, eventos, acontecimentos, mais gente, restaurantes, negócios, ruas, carros, avenidas e gente, muito mais gente. Tudo aqui é excesso. E eu gosto disso. Me sinto em casa, porque eu mesma sou um excesso.
Além da falta do mar, outra coisa que me incomoda em São Paulo é a falta de comida com FARINHA. Sei que se eu procurar, fatalmente vou achar algum lugar aqui que tenha farinha de todo tipo, da gossa, da fina, da amarela, da branquinha... Mas o que não é legal é TER que procurar o que em Salvador é intrínseco. Não é concebível alguém ir a um boteco em Salvador sem que haja uma farinheira em cima da mesa ou mesmo se pedir ao garçom. São Paulo é mesmo uma cidade estranha aonde se come hamburguer com coca-cola nos botecos... Ok, tem aquela coisa de comer um chops e dois pastel...
Aliás, aqui tem pastel de TUDO! Só não tem pastel de OXE que é aquele pastel que quando o baiano morde e não consegue encontrar o recheio diz: OXE! Sendo a cidade mais baiana da Bahia fora da Bahia, tenho a impressão de que se tivesse farinha e praia, São Paulo não seria São Paulo e sim Salvador...
BEIJOCAS E TABOCAS...

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