sábado, 19 de maio de 2007

A NOVA BAIANA

Hoje fez frio em São Paulo. E fez frio também no meu coração. Aliás, essa sombra de frio já estava fazendo em meu coração desde que cheguei e se chama SAUDADE. Ontem, quando estava assistindo ao musical MY FAIR LADY, minha irmã ligou de Brasília. Não pude atender. mandei um torpedo e no intervalo retornei. Mas não deu pra conversar direito. Chegamos em casa tarde, mas eu ainda demorei de dormir...
Hoje, acordei com frio... Lá fora e aqui dentro...
Passamos um dia agitado. Mesmo sem grana, fui às compras com minhas colegas: Mariana, Adriana e a prima dela, Taís. Em São Paulo, quem pode resistir à 25 de março??? Marcamos de nos encontrar na estação S. Bento, na saída da ladeira Porto Geral que já é a 25.
Fui sozinha até lá. No Metrô, uma garota de piercing no queixo e na orelha me abordou... Internamente, quase morri de rir quando ela me disse que queria saber como chegar à Estação São Bento. "Você desce na estação Paraíso e pega o outro metrô no sentido Tucuruvi", ensinei. "É pra lá que eu vou, se quiser, pode me acompanhar", acrescentei.
Ela ficou bastante agradecida e logo eu vi que, apesar da aparência, ela não era de São Paulo. Em função da GLOBALIZAÇÃO todo mundo que se considera MODERNO se veste mais ou menos igual. Se ela não tivesse me perguntado sobre como chegar à 25 de março eu jamais desconfiaria de que aquela garota era de Manaus! Logo ficamos amigas e ela me disse que estava indo comprar um presente para sua mãe. Depois, contou que é estudante de jornalismo, prestes a se formar e que trabalha no jornal A Crítica, o maior de Manaus. Veio à São Paulo participar da cobertura de um evento da Audi para o seu jornal. Mundinho pequeno esse, não? Na estação São Bento, apresentei ela às outras meninas, mas ela não quis mais nos acompanhar. Trocamos nossos endereços de email e cada uma foi pro seu lado.
As meninas quase me MATARAM de tanto andar!!!! Fomos a uma loja só de moda íntima. Foi aí que descobri que Mariana só usa calcinhas de piriguete. Oncinhas, fio dental e tudo mais... Em loja de lingerie, o principal assunto não são calcinhas e soutiens, mas os HOMENS. Falamos sobre nossos maridos e rimos muito. Mas o frio continuava. Na saída, começou a chover. Aí compramos capas de chuva de plástico a R$ 2,00 cada. Devidamente plastificadas, seguimos em frente. Pela primeira vez na vida, me senti como um PENIS usando camisinha... Que experiência!!!
Como Mariana não saía da loja de calcinhas, deixamos ela lá e fomos a uma loja de sapatos para comprar um tênis barato para Adriana que estava com uma sandália aberta que não era condizente com aquele tempo chuvoso. Depois, nos reencontramos com Mariana, seguimos de metrô para a Zé Paulino, porque dia de sábado a 25 de março fecha às 13hs e a Zé Paulino um pouco depois. Não havia tempo a perder! Parecia que o MUNDO é que ia fechar!
Descemos na Estação da Luz e marchamos para Zé Paulino debaixo da garoa fina tradicional paulistana. Quer loucura!!! Não foi a minha primeira vez na Zé Paulino, mas uma mulher pode se perder definitivamente naquelas lojas. Foi o que aconteceu comigo. Depois da primeira loja, meu cartão de crédito não passava mais nem pensamento. Mas as meninas continuaram andando, e eu queria que o mundo parasse para eu descer!
Quando finalmente descidiram ir embora, pegamos o metrô de volta para a 25. Desta vez, para almoçarmos no Mercado Muncipal. Aí o frio aumentou, porque lembrei com saudade dos passeios que fiz com o MARIDÃO naquele mercado no ano passado. Queria que ele estivesse aqui... Comemos no Hocca Bar, bolinho de bacalhau e sanduiche de mortadela Ceratti, do jeito que Rubão ia adorar!!!
Quando pensei que íamos para casa, pegamos um táxi, deixamos as coisas na casa de taís, onde elas estão hospedadas e rumamos para o parque do Ibirapuera onde elas queriam ver a exposição de Leonardo Da Vinci e a do Corpo Humano... O meu bolso e o meu corpo humano queriam tomar o rumo de casa. Mas, elas me convenceram mais uma vez a ficar. Lá, encontramos Magnólia, que tinha passdo pela transformação de XUXA num salão bem caro aqui em São Paulo. Quase não a reconheci. Mas ficou ótima! Bem chic e moderna!
A fila para ver o corpo humano estava parecendo a do SUS. Espera de três horas, em média e o frio tava de lascar: 16 garus!!! Aí decidimos ver só a de Leonardo. Fantástica! Mas confesso que gostei mais do MASP.
Na saída já era noite e eu não aguentava mais ficar na rua. Entretanto, mais uma vez, cedi à maioria que queria tomar um café em algum lugar chique, próximo à Oscar Freire. Chegamos lá no táxi de um baiano de Euclides da Cunha, que nos disse que estava separado há cinco anos "GRAÇAS A DEUS". Isso não é coisa que se diga à quatro mulheres! Rimos muito. Chegando lá, nos deparamos com outra fila e desistimos. Fomos caminhando debaixo daquele frio horroroso e meu humor estava ficando pior que o tempo: PÉSSIMO!!!
Andamos para lá e para cá, para cima e para baixo. Meus pés doíam e eu já não conseguia mais raciocinar. Não tinha mais forças. Tava me sentindo feia, velha e com saudades de casa, em plena Oscar Freire, pode? Encontramos um café que nos pareceu simpático e entramos. Embora não houvesse mesa disponível, elas resolveram ficar.
Falando no celular com Catinha, nossa colega e anfitriã de Magnólia, descobrimos que aquele café havia sido indicado na revista de Joyce Pascowitch. Valha-me DEUS!!!! Apesar da nossa cara de retirante, (pois tirando Mag que tava muito fina, nós estavamos vindo de uma jornada dura na 25 de março!!) garçom foi simpático. Mas a dona do estabelecimento ofereceu a primeira mesa que vagou a outras pessoas que haviam chegado depois. E eu me recusei a pagar R$ 20,00 por um lanche que eu ia comer em pé!
Foi aí que eu me lembrei do meu álibi: quando chegamos Maurício havia nos convidado para a comemoração dos 30 anos dele num bar indiano que ficava na Augusta. Foi aí que escapuli. Entrei num taxi e consegui chegar em casa a tempo de saber que meu maridão estava indo pra farra em Salvador com uns amigos. Aí é que não teve graça nenhuma!!! Não sei como, mantive a calma e fiz a linha confiante... Não havia motivo pra fazer cena pelo telefone, né? Mas num vou mentir: eu prefeira que ele estivesse em casa.
Aqui tá um frio do caramba!!!! Mas amanhã volto pra casa e minha vida volta ao normal.
BEIJOCAS E TABOCAS....

Um comentário:

Anônimo disse...

Deus é mais. Cheguei a sentir saudades de São Paulo. Com 16 anos fui office-boy e circulava pela região da Florêncio de Abreu, Ladeira Porto Geral e adorava quando podia ouvir os frades do Mosteiro de São Bento com seus cantos Gregorianos. É algo maravilhoso. Espero que você tenha escutado essa coisa linda que enche uma vida de boas lembranças.