quinta-feira, 30 de julho de 2015

A REVISÃO DOS 50

Dizem que depois que a pessoa completa 50 anos faz uma revisão da sua vida. Começa a relacionar o fez, o que não fez, o que deixou de fazer, etc e tal. É a famosa crise da meia idade. Peraí! Se 50 anos é meia idade, idade inteira é quanto? Cem anos? Quem vive tanto tempo assim, minha gente? Muito poucos.
Esquisito, então, é chamar essa crise de meia idade, mas, qualquer que seja o nome que você dê, ela tá aí. Ela não fica instalada o tempo todo, mas com frequência você se pega pensando em coisas que não fez ou que fez ou ainda que deveria ter feito: aquela tatuagem, aquela trilha de jipe, aquela viagem de intercâmbio, aquela casa na praia e por aí vai.
Quando me pego assim, gosto de pensar que ainda posso fazer as coisas que não fiz. Ruim é pensar que a gente não pode mais. Que o tempo passou e a gente perdeu o trem de nossa história.
Mas pior do que pensar que não fez nada do que gostaria ou sonhou para a sua vida é perceber que fez tudo o que não devia: aquele casamento fracassado do qual você nunca saiu, aquele emprego entediante que nunca de realizou, aqueles amigos que nunca te reconheceram. Isso é de matar.
Também é chato ainda ter que trabalhar duro para o seu sustento e o da família. Mas quem já está aposentado se sente excluído ou ultrapassado. 

Bom mesmo seria se todos pudessem ser como a Gisele Bündchen que se aposentou aos 50 anos (de idade). 
Quando fiz 50 não tive nada disso. Revisão, balanço de vida não é novidade para mim. Acho que faço isso desde que me entendo por gente sem nunca chegar à conclusão alguma. Ou acabo concluindo que cada idade tem seus sabores e dissabores. Quando tinha 10 anos pensava como seria minha vida com 20 anos. Aos 20, almejava chegar aos 30. Aos 30, tinha receio dos 40. Os 40 passaram voando por mim. E agora já olho os 50 ficando pra trás há 3 velinhas no bolo. E essa é a marcha. Não tem como parar ou retroceder.
Não me sinto mais triste ou mais feliz do que em qualquer outra idade que tive. Não estou mais tranquila e nem menos inquieta, pois continuo sendo EU com meus medos e anseios, dias bons e dias ruins.

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