Quem me acompanha pelo Facebook sabe que eu fiz uma experiência de ficar
sem falar por 24 horas, no último final de semana. Tudo bem que neste espaço
fiquei muito mais do que 24 horas em silêncio e que em 2014 ameacei voltar a
escrever e não cumpri a ameaça. Mas agora é oficial! Voltei mesmo!
E voltei por necessidade. Relatar a minha experiência de ter ficado 24
horas sem falar, deu o que falar na minha timeline. Teve gente que duvidou,
teve gente que elogiou, teve quem se espantou, teve quem achou que eu pirei de
vez, teve quem achou graça e está rindo até agora.
Mas o que me surpreendeu mesmo foi a quantidade de gente que aprovou a
iniciativa e que tem vontade de fazer o mesmo. Teve até quem pedisse
consultoria! Daí a necessidade de voltar e escrever neste espaço. Achei que
precisava compartilhar mais do que as duas lições principais obtidas com esta
experiência. Vamos aos esclarecimentos:
NÃO! EU NÃO PIREI
Pelo menos não mais do que o necessário para me considerar uma pessoa
normal. A experiência do silêncio faz parte de um projeto meu de aprimoramento
pessoal. Quem me conhece sabe que eu gosto de fazer coisas diferentes ou pelo
menos inusitadas e, embora eu não seja uma pessoa que viva de acordo com o que
as pessoas dizem ou pensam de mim, sou muito atenta as coisas que se passam ao
meu redor. E aos sinais. Ficar sem falar foi um desafio que fiz a mim mesma.
Afinal, gosto tanto de falar! Sempre tenho algo a dizer, mesmo quando não devo.
E a hora de calar foi sempre uma dificuldade para mim. Eu tinha uma suspeita
que se confirmou com o meu experimento: a maioria das coisas que eu falo no
dia-a-dia poderia não falar. Isso é incrível porque é libertador e ao mesmo
tempo é uma lição de humildade. Vamos aos aprendizados:
CALAR NÃO É FÁCIL!
Confesso que no começo fiquei um pouco tensa e
até insegura. O medo de fracassar era grande. Será que eu ia conseguir cumprir
meu propósito até o fim? As primeiras horas foram as mais difíceis. Pensei que
ia sentir falta, algo como uma síndrome de abstinência... Falar é algo
instintivo e inerente à raça humana. Afinal, o homem é o único animal que fala.
Portanto, ficar sem falar não é natural. Pra quem está começando, uma dica
importante: vencer as primeiras horas é fundamental!
É PRECISO ESTAR ATENTO E FORTE
É como diz a música de Gil e Caetano, ídolos da minha geração. Ficar em
silêncio requer concentração e colaboração. Como era um fim de semana,
expliquei ao meu marido e minhas filhas o meu propósito. Minhas filhas acharam
engraçado. O marido duvidou que eu conseguisse. No final todos cooperaram e me
apoiaram. De vez em quando eles esqueciam e falavam algo comigo que necessitava
uma resposta. Nessas horas eu tinha que escrever. Mas foram poucos esses
momentos. O maior inimigo do silêncio são os nossos próprios sentimentos e
emoções: é difícil conter uma exclamação de surpresa diante de uma situação
inusitada ou um palavrão diante da ira. Você se trai. Quando vê, já falou e não
tem como “desfalar”. Isso sim é duro!
OPINIÕES NÃO FAZEM FALTA
Foi interessante perceber como a minha fala preenche o ambiente ao meu
redor. Estou sempre dizendo alguma coisa a alguém ou de alguém ou sobre algo. O
meu silêncio causou uma espécie de vazio em casa. Um vácuo. Toda hora minhas
filhas e meu marido vinham até mim perguntando: você não vai falar nada mesmo?
E eu simplesmente sorria, me divertindo com a situação. Mas, conforme eu esperava, minhas opiniões não fizeram falta. Todos sobreviveram sem elas.
FAÇA VOCÊ MESMO
Engana-se quem pensa que ficar em silêncio é ficar parado, deitado,
contemplando o tempo passar. NÃO! Ficar em silêncio significa atividade. Não
falar é não pedir. É ir lá e fazer.
I WANT TO BE ALONE

O SILÊNCIO ALIMENTA E
FORTALECE
Fazer silêncio tem um propósito. O meu foi a introspecção. Mas será que
é possível alcançar alguma introspecção estando rodeada de pessoas? Eu
respondo: depende. No meu caso, consegui. O não falar acelerou o meu raciocínio
de uma forma tranquila. Eu explico: como não havia a ansiedade em verbalizar o pensamento
fluiu de uma maneira mais intensa. Fiquei a maior parte do tempo rodeada de
pessoas. Mas a companhia que mais desfrutei foi a minha.
O QUE MAIS GOSTEI
A experiência foi tão boa que no dia seguinte não senti mais falta de não
falar. Outra coisa legal foi ver minhas
filhas pedindo para que eu voltasse a falar logo. Ah! Ficar um dia inteiro sem
atender telefones fixos ou móveis é muito bom!
Pretendo repetir esta e outras experiências. Se gostaram desse post, curtam, comentem, compartilhem e fiquem atentos aos próximos posts e experimentos!
Um comentário:
Muito bom!vou tentar fazer essa experiência!😂😘
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