sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

JEGUES NA LAVAGEM DO BONFIM

Na próxima quinta-feira, baianos e turistas subirão a Colina Sagrada para mais uma Lavagem do Bonfim. Para quem não sabe, a tradicional Lavagem é um ritual de origem afro-religiosa e que hoje ganhou um perfil de manifestação popular cultural, ecumênica, política, etílica e carnavalesca. A lavagem consiste em um costume iniciado pelas escravas, ainda no século 18, de lavarem as escadarias da Igreja do Bonfim, vestidas com seus melhores trajes. Acompanhadas pelo Afoxé Filhos de Gandhy, elas seguem em procissão portando potes com água de cheiro e flores como oferenda a Oxalá (representado pelo Sr. do Bonfim). Além dos batuques, participam do cortejo também pessoas do povo montadas em animais como jegues e cavalos cuidadosamente enfeitados. 
Hoje, o cortejo que sai da Igreja da Conceição da Praia e vai até a Colina do Bonfim, na Cidade Baixa, é acompanhando também milhares de pessoas que vão até lá para pagar promessa, para curtir a festa, para ver e ser visto, para se divertir. Até aí nenhuma novidade, porque esta é uma tradição que se repete na Bahia todos os anos no mês de janeiro desde 1745, quando foi introduzida a devoção pelo Senhor do Bonfim na Bahia. A novidade é que desde o ano passado, ambientalistas apoiados pela comissão dos direitos dos animais da OAB-Ba querem proibir o desfile dos tradicionais jegues no cortejo. Ano passado eles tentaram, mas não conseguiram. Por isso, este ano, resolveram tentar de novo sob a mesma alegação: durante o cortejo os bichos são submetidos a grande estresse, esforço físico desmedido, sons estridentes, açoites e temperatura escaldantes. Veja aqui na matéria do Correio*.
Particularmente, em que pese o estresse ao qual os animais são submetidos, sou favorável à manutenção da tradição. A Lavagem é uma festa bonita, alegre na qual todos têm oportunidade de demonstrar sua , sua crença, sua alegria. Os animais que fazem parte do cortejo, não apenas jegues, vão enfeitados, puxando carroças igualmente enfeitadas. Isso faz parte da nossa cultura, dos nossos costumes e representam a nossa singularidade que não podemos perder. Esse costume, cunhou expressões hilárias do bom baianês como "mais enfeitado do que jegue na lavagem do Bonfim". Se continuar assim, perderemos também a expressão: cavalo de parada, cagando, andando e sendo aplaudido... No mais, acho que a Lavagem do Bonfim é uma festa tradicional e linda! 

Quem tem fé vai a pé, mas de jegue também vale!


Um comentário:

Carol disse...

Oi, Estou adicionando seu blog nos meus links tá?
Estou começando o meu agora.

Abraços,
Carol.
http://kiloss.blogspot.com/