quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

DOIS MIL INOVE

Ano novo, vida nova. Será? Pra mim é ano novo, quer dizer tudo de novo! Mas, como esse ano é 2009, aproveite o trocadilho e INOVE! Sei que não é fácil, já que tudo continua como dantes no quartel de Abrantes. Mas tente! Porque se você não inovar... tudo vai continuar na mesma. Como eterna otimista, acho que 2009 vai ser o contrário de 2008 que começou bem e terminou mal. Por enquanto, 2009 está começando mal, mas tenho certeza de que vai terminar bem, já que o ano que vem vei ser DEZ!
Enquanto isso, na aldeia global, a terra gira e eu não fico tonta. As "sisters" do BBB 9 já são conhecidas e você pode até votar na internet e escolher qual é a mais bonita. O verão está bombando em todos os sentidos, de Norte a Sul, de Leste a Oeste: calor de fritar ovo na moleira no Norte e Nordeste; frio no Sul e vários estados continuam alagados pelas tempestades de verão...
O carnaval vem aí. As madrinhas de bateria já estão comendo só alface (dia sim, dia não). E os baianos, não baianos, turistas, putões e piriguetes em geral já estão providenciando comprar seus abadás para serem customizados pelas costureiras de plantão. Os bicões continuam aplicando golpes para conseguir uma cortesia. E, como sempre acontece, todo mundo vira jornalista pra conseguir um ingresso nos camarotes e festas mais bem frequentadas. O presidente Lula descansa, (a pedido de Dona Marisa) na Praia de Inema, parte nobre de São Tomé de Paripe, paraíso dos farofeiros do subúrbio soteropolitano.
A vida segue seu curso.
E ainda tem quem insista em dizer que estamos no ano novo.
De novo mesmo, só o acordo ortográfico que muda as regras da Língua Portuguesa... Eu, que tive tanto trabalho para aprender todas as regras da ortografia do idioma de Camões, agora terei agora que desaprendê-las. Ô vida! Sinceramente não sei o que será de mim sem o trema... Tremo só de pensar... (não pude resistir ao trocadilho infame!) Acho que não sei mais escrever.
O nosso alfabeto ficou mais "cheinho" (denominação carinhosa para designar pessoas que estão acima do peso) e passou a ter 26 letras com a incorporação do ka, do dábliu e do ypsilon ou psilone para os íntimos. Mas, na prática nenhuma palavra passa a ser escrita com essas letras, quer dizer: "quilo" não passa a ser "kilo". Se num é pra usar, pra que vai botar no armário? Vá entender...
Além do trema, (que fará uma falta tremenda, em especial para a maioria da população brasileira que nunca soube que a letra u de lingüiça e conseqüência tinha acento) somem da ortografia os acentos diferenciais. Portanto, pelo (por meio de, ou preposição + artigo), pêlo (de cachorro, ou substantivo) e pélo (flexão do verbo pelar) passam a ser escritos da mesma maneira. Você que se vire para entender! As exceções são para os verbos pôr e pode, porque os linguistas acham que seria difícil identificar, pelo contexto, se a frase "o país pode alcançar um grande grau de progresso" está no presente ou no passado. Só com bola de cristal. O acento circunflexo (aquele do chapeuzinho, com ou sem acento?) também desaparece das palavras terminadas em êem (terceira pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo de crer, ver, dar...) e em oo (hiato). Caso de crêem, vêem, dêem e de enjôo e vôo.
Já o acento agudo desaparece nos ditongos abertos éi e ói, ele desaparece da ortografia. Desta forma, "assembléia" e "paranóia" passam a ser assembleia e paranoia. Mas para nós, os baianos tudo continuará na mesma porque a gente já fala os ditongos abertos tenham eles acento agudo ou não. Viu? No caso de "apóio", o meu querido e insano leitor deverá compreender o contexto em que se insere – em "Eu apoio o canditato Fulano", leia-se "eu apóio", enquanto "Tenho uma mesa de apoio em meu escritório" continua a ser escrito e lido da mesma forma. Entendeu, meu lindo? Desaparece também o acento agudo no i e no u, após ditongos (união de duas vogais) em palavras com a penúltima sílaba tônica (que é pronunciada com mais força, a paroxítona). Caso de feiúra.
E o hífen? Deixa de existir na língua em apenas dois casos:
1 - Quando o segundo elemento começar com s ou r. Estas devem ser duplicadas. Assim, contra-regra passa a ser contrarregra, contra-senso passa a ser contrassenso. Mas há uma exceção: se o prefixo termina em r, tudo fica como está, ou seja, aquela cola super-resistente continua a resistir da mesma forma.
2 - Quando o primeiro elemento termina e o segundo começa com vogal. Ou seja, as rodovias deixam de ser auto-estradas para se tornarem autoestradas e aquela aula fora do ambiente da escola passa a ser uma atividade extraescolar e não mais extra-escolar. Por causa disso tem gente dizendo que a Língua Pátria deixou de ser moça porque perdeu o o HÍFEN... Que maldade!
Por fim, a incomodação não será só nossa. Em Portugal, caem o "c" e o "p" mudos. Afinal, eles já eram mudos mesmo... Nossos patrícios não mais escreverão "óptimo" e "acto". Bem como as palavras herva e húmido passam a ser escritas como aqui no Brasil.
Será que vai colar?

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