segunda-feira, 26 de maio de 2008

NO REINO DA CAVEIRA DE CRISTAL


Morreu e depois foi ao cinema. Foi isso que eu fiz na sexta feira, depois do feriado de Corpus Christi. Mas ninguém pense que eu enforquei a sexta-feira. Como eu trabalhei na parte da manhã, digamos que eu apenas engarguelei a parte da tarde. Deixei o mundo se acabando um pouquinho, celular no vibra-call, para constatar algo que eu e todo mundo já está careca de saber: o mundo não se acaba só porque a gente se deu ao luxo de uma sexta feira na vida, ir ao cinema de tarde em vez de ir ao trabalho.
E fui assistir o quê? Nada desse papo de filme cabeça, de arte, para justificar a falta no trabalho. Fui ver Indiana Jones no reino da Caveira de Cristal. Para as pessoas da minha geração, não pode haver nada mais cult. E lá estava ele: o maravilhoso Harrison Ford, aos 65 anos de idade, na pele de um dos meus heróis preferidos: Indiana Jones. Como poderia deixar de ir? O quarto filme de Indiana Jones demorou tanto pra sair! O último foi em 1989, portanto há 19 anos. Em termos de heróis do cinema, minha filha mais velha deve preferir o Johnny Deep em Piratas do Caribe ao professor e arqueólogo Henry Jones Junior. Mas também, quando foi lançado o último filme da série ela nem era nascida! Por isso, a maioria das pessoas dessa idade não vai nem entender as piadas do novo Indy, já que todas elas fazem referência aos filmes anteriores da série. Aliás, nem sei se ela se dará ao trabalho de ir assistir. Da última vez que eu tentei fazer ela assistir a um "classico" da minha adolescência, ET, o Extra-terrestre, foi um fiasco! Ela não conseguiu ver graça nenhuma naquele bonequinho desengonçado. Aliás, o filme, que tirou meu fôlego quando era garota, não conseguiu nem prender a sua atenção... Choque de gerações.


O GRANDE REENCONTRO E AS MENTIRAS DE SEMPRE



Como era de se esperar, o lançamento do filme foi cercado de expectativas e disse-me-disse, afinal, marcou o reencontro de três das maiores estrelas de Hollywood: Steven Spielberg (diretor de toda a série), George Lucas (criador do personagem e dos enredos) e o ator Harrison Ford. Desta vez, Indy que enfrenta perigos de toda a ordem em expedições arriscadas nos confins da terra, vem mais para perto de nós brasileiros. A aventura se passa na Floresta Amazônica que, desta vez está infestada de soldados alemãs comandados por uma mulher a la Marlene Dietrich, que estão atrás de uma caveira feira em quartzo que tem poderes extra-terrestres, mágicos, ou sei lá o quê. Embora a aventura se dê fictíciamente na Amazônia, as filmagens foram feitas no Havai, e, como era de se esperar, o filme não faz nenhuma referência ao Brasil, já que mocinhos e bandidos estão atrás do El Dourado, cuja lenda conta que ficava no Peru.
As mentiras de sempre são fatídicas. Mas filme de Indiana Jones sem culhuda não é autêntico. Por isso, não faltam ataques de formigas gigantes e carnívoras, que devoram soldados alemães como se eles fossem feitos de açúcar, discos voadores soterrados em plena floresta Amazônica peruana (eram os deuses astronautas?), etc. Indy está incrível como sempre: luta com trocentos soldados armados até os dentes usando apenas a sua agilidade, a sua astúcia e o seu indefectível chicote e até sobrevive a uma explosão nuclear dentro de uma geladeira!!! UAU!
Tem o rapaz tipo James Deen (Shia LaBeuuf) que ele descobre que é filho dele... Tem cena de areia movediça e... Ah! Tem também a cena da cobra! Todo mundo que é fã de Indiana Jones, sabe que ele não tem medo de nada, exceto de cobras. Pois bem, fugindo dos alemães na Floresta Amazônica, Indy e sua "amiga de longas datas" Marion (Karen Allen) ficam presos na areia movediça. Achando que vão morrer, ela revela que o tal rapaz é filho dele, enquanto o moço sai para buscar um cipó para tirá-los do buraco. O garoto volta trazendo uma cobra gigantesca que usa como corda para resgatar a mãe. A cobra, no papel de cipó, fica quietinha e dessa vez, Indy tem que superar o seu trauma e segurar a cobra! Tudo em nome da licença poética!
A única coisa que a licença poética não conseguiu deixar passar foram as três cachoeiras (do tamanho das Cataratas do Iguaçu) que foram colocadas no Rio Amazonas. Essa foi do peru!
BEIJOCAS E TABOCAS!




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