sexta-feira, 28 de setembro de 2007

ESCORREGANDO NO QUIABO


Ontem fui a um caruru e quero dizer aos meus insanos e desocupados leitores que, hoje estou de ressaca... Não apenas pelo que bebi, como pelo que COMI!!!! Ai, ai... Meu meu santo ESPIRITUALMENTE MAGRO necessita de uma oferenda de azeite, pelo menos uma vez por ano. E o caruru na casa de Dona Edna, mãe do meu querido amigo Afrânio, aniversariante do dia 27 de setembro (junto com Cosme e Damião), é um ESPETÁCULO!!! É um caruru comme d'habitude, ou seja de acordo com o costume. Tem o altar de São Cosme, com velas, flores e balas, mesa de bolos e doces (afinal é uma festa de aniversário) e panelões de caruru, vatapá, feijão fradinho, farofa de dendê, arroz branco, galinha de xinxin, acaçá, banana da terra frita no azeite, abará, acarajé, pipoca, etc, etc, etc... Tudo servido no mesmo prato e a criatura que se vire pra comer!!!

Eu me saí muito bem!

Hoje, chegando ao trabalho, participei de uma rápida discussão com um quase colega, Rafa, o estagiário, que se queixava, entre revoltado e alarmado, de que a tradição do caruru está acabando na Bahia. Imaginem vocês que, este ano, ele ainda não havia sido convidado para NENHUM CARURU! Como bom baiano, nascido e criado na Estrada da Rainha, desde menino Rafa é acostumado a se empanturrar em VÁRIOS carurus no mes de setembro. Mas até ontem, ele não havia sido convidado para nenhum. Isto é uma TRAGÉDIA pessoal! Pode até traumatizar uma pessoa!

Então, ele, para não ficar traumatizado, chegou à conclusão de que a tradição do caruru está morrendo na Bahia. Será? Ele constatou que, na sua rua, onde há alguns anos somente eram realizados pelo menos QUATRO carurus no dia 27 de setembro, este ano não cortaram NENHUM QUIABO! Extremamente preocupante, devo salientar. Porém este dilema assaz cruel e atroz também é partilhado por outros baianos além de Rafa e assalta as páginas dos jornais locais, ao lado de outras temeridades como a não cassação de Renan Calheiros e a aprovação da CPMF...

Ora, meus insanos leitores! Desde que me entendo por gente ouço dizer que a tradição do caruru está acabando na Bahia. Mas percebo que, se isto está ocorrendo, está sendo bem devagar, fazendo jus ao paradigma baiano de que aqui tudo tem um ritmo diferente. Lembro-me de que, quando ainda trabalhava no extinto Jornal da Bahia, nos idos dos anos 80, todo mês de setembro, a pauta sobre o fim da tradição do caruru na Bahia era INEVITÁVEL! Um ano era por causa do aumento do quilo do quiabo, outro ano era por causa do sumiço do dendê das bancas das feiras livres e das prateleiras dos supermercados da cidade. O fato é que muita coisa mudou e hoje podemos comer caruru, vatapá, acarajé, abará, etc até na Perini. E a tradição do caruru de S. Cosme, embora possa ter diminuído, não acabou! Que o digam Dona Edna e Afrânio!


E VIVA OS SANTOS GÊMEOS COSME E DAMIÃO!!!

5 comentários:

Rafael Veloso disse...

Quero direito de resposta. rs...

Na verdade, eu quero mesmo é ser convidado para o próximo caruru de Dona Edna e seu Afrânio! rs rs rs...

Se alguém sobre de um caruru rolando pela cidade, pode me convidar!!!

Bjos Su!

PS.: Su, você esqueceu o camarão. O pobre bichinho, se já não bastasse estar seco, ainda leva a fama de vilão da escassez de caruru no mês de setembro.

Anônimo disse...

Isso é de uma maldade! Censurem esta foto já, kkkkkkkkk!

Suely Temporal disse...

Só lamento que nenhum de vocês dois tenham sido convidados para um caruru (lá,lá,lá,lá). Pirraça, nojenta!!!!

Anônimo disse...

Suspeito que é a popularidade de seu estagiário que está em baixa ou ele aprontou feio nos carurus anteriores. Como reza a tradição, quem dá um caruru não pára mais. Portanto, se você foi convidado num ano e no outro não quem está acabando é você.

Marcus Gusmão disse...

Eu de novo.Bacana, seu Faniquito. Caí aqui graças ao na Lata.
bjs